Dia desses, eu retornava pra casa após mais um dia cheio de atividades exigentes, o cansaço era notável em meu corpo e mente. Ao sair do metrô me deparo com um deficiente físico escorregando seus apoiadores escada abaixo, descendo rumo à plataforma. Ele descia com extrema dificuldade, sentado sobre os degraus por conta da sua limitação física, logo pensei, por que ele não foi pela rolante? Enfim... Assim como muitas pessoas que passavam por ele, confesso que diante do meu cansaço hesitei em ajudá-lo na altura da hora que me engolia, mas imediatamente me senti culpado por não prestar a devida solidariedade a um ser humano, coloquei-me no lugar dele necessitando de uma mão. Voltei e me dirigi a aquele “ser” perguntando. O senhor precisa de uma ajuda com os degraus?
Ele levantou a cabeça lentamente com um olhar marcado por uma vida difícil, mal me olhou nos olhos, estendeu sua mão em minha direção e disse: Você tem uma moeda para me dar? Eu só quero uma moeda, não quero ajuda para descer ( Disse Bravo). Tentei ignorar seu pedido incabível para o momento. Ofereci-me a ajudá-lo novamente com os degraus, mas ele continuou a pedir por dinheiro. Desculpei-me meu puto, pois minha solidariedade não seria "valorosa" o suficiente para aquele homem engolido pelo sistema capitalista.
Não o culpo por tal atitude, mas talvez ele pudesse tentar estender as mãos esperando o calor humano em troca, não só apenas por bens materiais.
Difícil julgar, não conheço sua história, seus sofrimentos e anseios.
Torço para que ele seja abençoado por Deus, que a luz ilumine seu caminho.
F. Moretti S.
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